No início da crise sanitária global provocada pelo COVID-19, a OMS fez a recomendação aos países para Testar, Testar, Testar! No imobiliário também a solução não é mais do que Inovar, Inovar, Inovar!
Mas como inovar? Nos últimos anos, as grandes redes imobiliárias mantiveram uma estratégia de marketing offline baseada na prospeção porta a porta, leads através de distribuição de folhetos, técnicas de negociação e angariação. A formação dos agentes imobiliários centrava-se nessas técnicas, mas muito pouco nas tecnologias e metodologias ligadas à nova economia digital e a um novo comportamento do consumidor assente na dinâmica das redes sociais.
Problema
Confrontados com uma situação que a todos surpreendeu, de confinamento social, de um conjunto de recomendações que limitam a circulação e o convívio social, a maioria dos agentes/consultores não estava preparada para uma situação onde as soluções se centrassem no digital. Estão sem ferramentas e formação para entender o online, quer na vertente tecnológica quer, na mais importante, a conceptual.
O que se vê na generalidade das redes sociais são publicações colocadas de forma improvisada e orgânica para conseguir posicionamento nas redes sociais, fruto de formações de marketing digital que ficam pelo básico, não existindo contextualização, nem abordando temas como o conceito, a imagem ou a qualidade do conteúdo.
Há um desespero para se tentar criar network à força; colocam-se publicações a anunciar que se estão a fazer muitas vendas, numa tentativa de mostrar normalidade e sucesso; oferecem-se avaliações gratuitas (como se esse fosse o único argumento); vendem-se landing pages ao kilo; oferecem-se E-book’s com mais do mesmo. Há uma falta de imaginação que leva a uma homogeneidade entediante quando se deveria estar a ter uma oferta diversificada, criativa, com consistência e qualidade; não cedendo à pressão, ao desespero e perceber que em cenário de crise sobreviverão os que se conseguirem destacar seja pela originalidade, pelo humanismo ou por trazerem mais valias ao cliente.
Um aspeto positivo foi o investimento na qualidade da imagem com fotografias profissionais, a introdução em maior escala da tecnologia VR, plantas 3D e visitas com live streaming (conferência video). São tecnologias que não estão acessíveis a todos, no entanto, quem as pode contratar deve usar este conteúdo nas redes sociais (algo que se vê pouco, preferindo os players repetir os padrões da concorrência).
Realidade
Por um lado, as redes sociais têm sistemas de interface muito intuitivos para a conceção e gestão de anúncios, no entanto, para se conseguir fazer uma campanha tem de se possuir competências e ter experiência de marketing, não é uma formação de algumas horas que transforma um agente num marketeer digital.
Por outro lado, o utilizador passou a ter um grande poder. Se o utilizador estiver desagradado com a falta de qualidade ou com a insistência das publicações pode eliminar o consultor/empresa do seu feed para sempre, com um simples click. Para captar a atenção de uma audiência tem de se produzir conteúdos de qualidade, que criem empatia e fidelização.
Em média, um utilizador comum clica/desliza o dedo/seleciona cerca de 2617 vezes/dia nas aplicações do seu smartphone. A atenção prestada a cada imagem evoluiu de 12” em 2000 para cerca de 3” em 2019 com a Geração Z (fonte Microsoft e Google insights). No caso do Facebook, uma publicação numa página profissional só atinge, em média, cerca de 2% do total dos seguidores da página (considerando uma disseminação orgânica).
Solução
Segundo a Global Web Index um utilizador comum vê em média entre 6.000 e 10.000 anúncios/dia numa média de 6h42min/dia de utilização do online.
Fazer publicações para amigos e família não é o mesmo que desenvolver uma estratégia de marketing digital profissional, as redes sociais evoluíram e não só são ineficazes sem uma estratégia e qualidade, como até podem causar um prejuízo enorme na imagem de uma empresa/consultor.
A solução passa por desenvolver uma estratégia de marketing digital coesa, consistente e criativa.
Que capacidade básica tem de possuir para conseguir elaborar uma estratégia no digital, em particular para obter eficácia nas redes sociais?
Fica aqui a indicação de seis competências que, a meu ver, são fundamentais para o sucesso:
- Conhecer as características de cada rede social e saber qual integra o seu Persona;
- Ter a capacidade para criar campanhas criativas e conceptuais que criem impacto;
- Ser um redator com criatividade e talento para escrever textos adequados com capacidades de persuasão a uma audiência determinada;
- Ter sentido estético de forma a criar conteúdos visuais que sejam apelativos e diferenciadores;
- Saber criar anúncios nas ferramentas de publicação das diferentes redes;
- Estabelecer KPI’s* e definir dois ROI’s (Return of Investment e Return of Involvement*)
Se não possuir as capacidades acima e se se quiser posicionar nas redes sociais onde estão os seus clientes, contrate quem as tenha. O tempo é precioso e uma má campanha só lhe traz prejuízo e danos à imagem.
Se achar que possui as capacidades acima deixo-lhe os seguintes links que o ajudarão a ter as competências técnicas, através de formações gratuitas certificadas, necessárias para saber usar os gestores de anúncios e de CRM das diversas redes sociais (Facebook, Instagram, WhatsApp, Messenger) e do Google, bem como técnicas de marketing elementares:
“Todos querem comunicar. Querem inspiração. Inspire as pessoas com seu site. Não apenas interrompa, mas interaja. Perguntar sobre o retorno do investimento é a pergunta errada hoje. Deve perguntar sobre o retorno do envolvimento.”
Kevin Roberts
Fonte: Out Of The Box
NOTA DO EDITOR:
*KPI é a sigla em inglês para Key Performance Indicator, ou os famosos Indicadores-Chave de Desempenho. Também conhecidos como KSI, Key Success Indicator, KPIs são nada mais, nada menos do que as métricas que você elege como essenciais para avaliar um processo de sua gestão.
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