Texto: Lucas Cardozo
Apesar de ainda lidar com os desafios da burocracia, tanto na esfera cartorial como do ponto de vista das regras de financiamento, o tradicional mercado imobiliário brasileiro ganhou em muito com a incorporação de novas tecnologias nos últimos anos. Da mesma forma que a revolução digital trouxe eficiência e agilizou processos nos diversos ramos da economia, também trouxe muitas ferramentas que possibilitaram um processo de busca e de venda muito mais eficientes para esse segmento. E 2020 não será diferente, pois algumas tendências ainda ganharão mais força para ajudar um número maior de pessoas a realizarem o sonho da casa própria:
1) Realidade Virtual: visite o imóvel sem sair de casa.
Uma das principais tendências desse movimento é o uso da realidade virtual. Por meio dela, é possível reduzir o tempo de busca do comprador pelo imóvel ideal e ainda deixar acessível todos os detalhes e informações, sem a necessidade do deslocamento. Essa facilidade impacta em todo processo porque economiza o tempo e os custos que tanto para o consumidor como o profissional do mercado, evitando visitas físicas desnecessárias.
Por meio desse sistema, o consumidor consegue ver com a mesma riqueza de detalhes que aqueles que visitam a casa ou apartamento pessoalmente. Ou seja, podem conhecer os imóveis da cidade onde pretendem morar, sem fazer uma longa viagem, por exemplo. Para isso, basta usar óculos 3D projetado exclusivamente para essa vivência. Se for imóvel na planta, as maquetes deixaram de ser a única maneira de conhecer seu novo lar.
2) Agendamento Online: velocidade sem ligações desnecessárias.
Outra ferramenta que deve ganhar mais espaço no próximo ano é o agendamento automático de visitas. Esta tendência está totalmente alinhada com as necessidades do mercado atual. Com a solução, as principais imobiliárias e plataformas do ramo conseguem oferecer a opção de escolher a melhor data e horário da visita sem a necessidade de entrar em contato ou esperar um retorno de confirmação. Como impacto positivo, reduz ainda mais o tempo perdido e dá mais autonomia para o comprador.
3) Avaliação por Machine Learning: maior liquidez do imóvel.
A tecnologia também têm sido decisiva para melhorar as . informações disponíveis do mercado. Hoje em dia existem soluções como a ferramenta de avaliação online da EmCasa que conseguem avaliar um imóvel em tempo real de forma gratuita. Ela faz um cálculo mais realista do preço do imóvel, com base no bairro e região, sempre baseado nos dados de mercado. Isso é possível com a aplicação de um algoritmo no sistema capaz de definir o valor mais correto.
Ao oferecer essa ferramenta é possível solucionar a dificuldade dos proprietários em vender o seu imóvel. Muitos deles não conseguem fazer negócio porque praticam um valor muito acima do mercado. Vejo muitos casos como esse e, apenas por ajustar os preços, esses donos chegaram a resolver ofertas, inclusive poucas horas depois de tomar essa decisão.
4) Assinatura Digital: feche contrato de qualquer lugar.
Também do ponto de vista da tomada de decisão em relação à compra e venda de imóveis a burocracia costuma ser um grande entrave. Atualmente, é possível viabilizar o fechamento de contratos utilizando assinatura digital. Mais um instrumento que encurta distâncias. Para citar um exemplo, já viabilizamos uma venda de imóvel que pertencia a 12 pessoas, pois o imóvel era fruto de uma partilha, e muitos deles moravam em cidades diferentes. A assinatura digital viabilizou a rubrica de todos em um dia sem nenhum custo adicional para nenhum dos vendedores ou compradores.
O mercado imobiliário brasileiro ainda luta pela desburocratização cartorial e nos financiamentos. Esses dois processos ainda custam muito tempo e dinheiro. Por esse motivo, o trabalho de conscientização dos clientes e de transparência dos players do mercado é tão importante. A tecnologia consegue resolver em alguns casos, mas o caminho nesse sentido ainda é longo. Até lá, o importante é acompanhar as novas tendências para que os serviços tenham mais qualidade e o mercado fique cada vez mais saudável para compradores e vendedores.
Fonte: Jornal do Comércio
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