I - INTRODUÇÃO:
Os acompanhantes do mercado imobiliário sabem que o ano de 2019 tornou-se marcante para a construção civil em virtude do fortalecimento do setor e da retomada do mercado imobiliário. De acordo com informações de empresas associadas à ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), até o mês de outubro de 2019, o número de lançamentos equivale a um aumento de 6,0% de unidades e uma queda de 1,1% no volume comercializado.
Ademais, segundo dados lançados a evolução do mercado gerou empregos, melhora no PIB da construção e redução da taxa de juros, possibilitando novas ofertas de financiamento e, em consequência, acesso facilitado à moradia, o que gera mais lançamentos e vendas.
Diante disso, os anseios para 2020 eram gigantescos e tudo estava caminhando em conformidade com o esperado até o surto do Covid-19 no Brasil. Líderes passaram determinar o "lockdown" e com isso as empresas passaram a sofrer e irão sangrar se não se atentarem ao disposto no presente trabalho.
II - CODIV-19 E O ATAQUE IMEDIATO AO MERCADO IMOBILIÁRIO:
Infelizmente, por mais que as notícias acerca do novo vírus surgido na China chegaram no Brasil em novembro de 2019, aproximadamente, os líderes mundiais não deram a atenção devida, pensando ser algo simples e continuaram a receber pessoas de diversos países, ofertar festas como o carnaval, permitir reuniões de centenas de pessoas, entre outros costumes comuns.
Passado as festas, foi noticiada a chegada no novo vírus, mundialmente conhecido como Covid-19, no Brasil e o pânico foi oficialmente decretado. Inúmeras pessoas passaram a compartilhar vídeos da situação que estavam os outros países e em poucos dias a pandemia fora oficialmente decretada.
Diante do medo espalhado fora decretado calamidade pública e, em decorrência, o governo passou a determinar o fechamento de comércios, empresas, escolas, creches, quedando em funcionamento somente aqueles que promovem o fornecimento de atividade dita como essenciais, como: mercados, postos de combustíveis, farmácias, hospitais, clínicas entre outros.
Com isso, por mais preparada que esteja a empresa o abatimento é inevitável. Ora, se as empresas que fabricam e vendem as matérias primas estão fechadas, se as pessoas que fornecem a mão de obra estão em quarentena, como poderá as incorporadoras e construtoras continuarem seguindo seu itinerário?
Além disso, segundo pesquisas realizada pela ADT Brasil em parceria com o Grupo Prospecta, "antes da pandemia se instaurar 86% dos entrevistados pretendiam empreender ou investir no mercado imobiliário ainda este ano. A pesquisa aponta que 60% dos empreendedores sinalizaram mudanças em toda estratégia de investimento. Apenas 17% afirmaram manter o plano inicial para 2020".
Com se isso não bastasse, logo após a chegada na notícia no país, vimos em um curto espaço de tempo a Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) passou a sofrer graves quedas, levando os fundos imobiliários para um terreno perigoso.
Neste momento, positividade não resolve. Prefeituras estão proibindo a continuidade de obras públicas e particulares, aplicando multas em caso de descumprimento, não deixando muitas opções aos empreendedores.
Nesta via, malgrado a pandemia tenha apenas se iniciado no Brasil e por mais que não tenha começado nenhuma "crise" até o momento, se as coisas continuarem da forma como estão sera inevitável o fechamento de inúmeras empresas e o desemprego chegará aos lares de brasileiros.
Diante disso, é inquestionável que as empresas devem seguir o exemplo de outras empresas que já passaram por crises e não foram obrigadas a fecharem suas portas. Não devendo aguardar o melhor acontecer, tão pouco quedar-se inerte frente a um episódio que poderá destruir a economia mundial.
III - CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA NÃO DECRETAR A FALÊNCIA:
Sabemos que o mundo sofreu com diversas crises. Se olharmos para trás constatamos que o Brasil passou por algumas crises mundiais e o mercado imobiliário sofreu drasticamente, haja vista que com a crise, os juros aumentam, pessoas ficam desempregadas, os consumidores quedam-se inseguros o que gera mudança imediata no setor imobiliário.
A grande depressão enfrentada em 1929 após a segunda guerra mundial, a crise dos países da América Latina em 1980, a crise dos mercados emergentes em 1994, a crise mundial do subprime em 2008, são algumas das crises mundiais que afetaram diretamente do Brasil com a super valorização do dólar, o aumento gigantesco dos juros entre outras questões econômicas.
Não esquecemos na crise imobiliária enfrentada no Brasil em 2015 em razão de problemas enfrentados com a economia e a política, onde os juros dispararam e a taxa Selic chegou a 14,25%, a maior desde 2006 e ocasionou o desemprego de mais de 14 milhões de pessoas e milhares de empresas falidas.
Considerando esses dados, bem como os estudos fornecidos pela Abrainc, passado este período tínhamos um crescimento considerável do mercado imobiliário e uma grande chance de crescimento exponencial para este ano de 2020.
Infelizmente, conforme demonstrado anteriormente, em razão da pandemia enfrentada nos dias atuais pelo Brasil e pelo mundo, todas essas previsões serão provavelmente alteradas. Em razão disso, dada a probabilidade de mudanças, as empresas devem se atentarem para não fecharem suas portas.
Em virtude disso, devem as empresas se espelharem às empresas que passaram por todas estas crises e continuam no mercado até os dias atuais. Pensando nisso, segue algum dos costumes pregados por essas empresas, veja-se:
1) APOSTE EM PESSOAS: Contrate pessoas especializadas para cada seguimento de sua empresa. Além disso, neste momento é imprescindível a atuação de um especialista em análise de dados e estudo de crises anteriores.
2) PENSE EM SEU CONSUMIDOR: Crie algo para auxilia-lo durante a crise. Não construa casas, construa sonhos. Não espere a crise passar, crie sua própria demanda.
3) REAJUSTE SEU GRUPO DE COLABORADORES: Infelizmente, neste momento é necessário pensar com a razão e não com a emoção, por este motivo dispense toda a mão de obra desnecessária e se equipe de profissionais que lhe ajudarão no crescimento de sua empresa no momento da crise.
4) RENOVE-SE EM MEIO AOS CAOS: A grande maioria das empresas que esperaram a crise passar para voltar as suas atividades não estão mais no mercado para contar história. Aposte em novas formas de levar seu trabalho, se reinvente, alcance novos mercados.
5) NEM SEMPRE POSSUI DE IMEDIATO A RESPOSTA CORRETA: Encontre no caos novas formas de fazer mais dinheiro, acredite, sempre há mercado, basta estudar, elaborar estratégias e contratar pessoas qualificadas em seu mercado.
6) NÃO SEJA OBVIO: Modifique toda sua estratégia, estude seus concorrentes e elabore um plano estratégico antes de tomar qualquer decisão.
Independentemente da situação que sua empresa esteja neste momento, se apegue as dicas acima, mesmo que seja difícil apostar em novas ideias para seu negocio em tempos de crise. Lembrando sempre que por mais que exista a possibilidade de iniciar-se uma crise econômica mundial, não significa que seu negócios não podem prosperar nem crescer.
Ante todo o exposto, temos que em que pese a "crise" não tenha começado, tão pouco temos conhecimento se haverá uma crise, os empreendedores que tem o interesse de permanecer no mercado não devem esperar algo acontecer para agir, devem tomar todas as providencias possíveis para crescer ainda mais neste ano de 2020 com ou sem crise.
IV - CONCLUSÃO
Conseguimos verificar que o mercado imobiliário sofreu drasticamente nos últimos anos, estando voltando no momento a um status mais prospero, todavia, com a chegada no Covid-19 no Brasil e no mundo esse cenário pode mudar drasticamente.
Por mais que seja muito cedo dizer se haverá ou não uma crise mundial, empreendedores não devem esperar algo concreto para agir, a inovação, o reajuste do quadro colaborativo, vender o desejado e dentro das possibilidades de seu consumidor é algo que as empresas devem apostar a todo o tempo.
Diante disso, em que pese não tenha iniciado crise, de acordo com os estudos de crises anteriores e, em razão das atitudes recentemente tomadas pelos representantes do povo, é evidente que se continuar empresas não irão suportar. Deste modo, não há necessidade de esperar mais, reuna-se com seus colaboradores e procedas as alterações e mudanças necessárias e quede-se preparado para o que vier, independentemente do que seja.
V - FONTES:
6) https://revista.zapimoveis.com.br/crise-brasileiraxbolha-imobiliaria-americana-entenda-diferencas/
Shirley Carolina Giaccon - Advogada, atuante em direito imobiliário, com ênfase em incorporação imobiliária, construção civil, condomínio, locação e compra e venda. Formada em Direito pela Faculdade Cristo Rei - FACCREI. Aprovada no Exame de Ordem, enquanto cursava o nono período do curso de Direito. Especialista em Direito Imobiliário pela Faculdade Legale.
Fonte: Artigos JusBrasil
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