Desde o fim de agosto, quem compra um imóvel financiado pela Caixa pode optar por uma linha de crédito reajustada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que mede a inflação oficial do país. A novidade tem feito sucesso, devido às taxas de juros fixas mais baixas do que a linha de crédito atualizada pela Taxa Referencial (TR). Com a correção pelo IPCA, a taxa mínima é 2,95% (para servidores públicos) ou de 3,25% (para os demais compradores) ao ano. A máxima, de 4,95% ao ano. Já com o reajuste pela TR, as taxas partem de 6,75% ao ano. Apesar dos números, a inovação é alvo de ressalvas feitas por economistas.
— É sempre bom que as pessoas tenham mais de uma opção. Mas eu ainda prefiro o modelo atrelado a TR. É a taxa mais básica da economia e vai ser sempre a menor possível. O IPCA é calculado em cima de uma cesta de produtos, que pode disparar e tornar a correção dos juros mais onerosa. É uma alternativa polêmica, mas que pode ser interessante para algumas pessoas — analisa o economista Alexandre Frickmann, diretor comercial da BAP Administradora de Imóveis.
Até o fim do ano, o Bradesco também deve colocar à disposição dos clientes uma linha de crédito imobiliário corrigida pelo IPCA. Para a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, ao considerar fazer essa opção, a pessoa precisa avaliar a própria capacidade de manter uma reserva financeira, caso a inflação suba.
Comprometimento de renda menor- A questão é que, no momento atual, em que a inflação no Brasil está baixa, a linha IPCA oferece a possibilidade de pagar prestações mais baratas do que a linha reajustada pela TR. No entanto, a situação pode mudar completamente durante um financiamento em longo prazo.
— A TR está zerada nos dois últimos anos e tem sido historicamente baixa. Ela oscila menos que o IPCA. A principal desvantagem da linha IPCA é a incerteza que ela carrega pelos próximos 20, 30 anos — opina Ana Maria Castelo. — Se a pessoa pega esse tipo de crédito com uma folga em relação ao comprometimento de renda, aí o IPCA traz vantagens. Caso contrário, há risco de ela não conseguir quitar o imóvel se a inflação subir muito.
De acordo com a Caixa, nos financiamentos com indexador IPCA, o comprometimento da renda é de, no máximo, 20% com o sistema de amortização constante, no qual as prestações baixam de valor com o passar do tempo. Com o sistema Price, no qual o valor das prestações é sempre igual, o limite é 15%. Em contrapartida, nos contratos corrigidos pela TR, permite-se o comprometimento de renda de até 30% para pagamento das parcelas.
Fonte: O GLOBO
NOTA DO EDITOR: Com divulgação na Internet iniciada em maio de 2000, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – IPCA-15 difere do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, apenas no período de coleta que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência e na abrangência geográfica.
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