sexta-feira, 23 de março de 2012

ESPECIALISTA ACREDITA NO CRESCIMENTO DE SUPER CONDOMÍNIOS E PROPRIEDADES FRACIONADAS NO BRASIL

Para Felipe Cavalcante, presidente da Adit Brasil, comunidades planejadas podem servir como forma de melhoria urbanística nas cidades. Já as propriedades fracionadas devem criar um novo modelo de negócio.

Supercondomínios de grande porte e uso múltiplo serão cada vez mais comuns e exigem uma adequação da legislação e do mercado imobiliário brasileiro. Isso é o que acredita o presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil), Felipe Cavalcante. Em entrevista, ele explica quais são os entraves existentes nesses projetos e ressalta a preocupação urbanística que devem trazer em sua concepção. Cavalcante também fala das propriedades fracionadas que estão aos poucos chegando ao Brasil.

Muito se fala em supercondomínios, comunidades planejadas, construção faseada, loteamentos e empreendimentos de uso múltiplo. Essas são tendências do mercado imobiliário?
É uma tendência muito forte, não tenho dúvida que é o que vai acontecer nos próximos anos. Obviamente as edificações convencionais continuarão a ser lançadas, mas vem se aumentando consideravelmente a quantidade de projetos de uso misto, de grande porte, com faseamento por longo prazo (até 50 anos).

Quais são os principais entraves para esses empreendimentos?
Há vários pontos que precisam ser revistos para viabilizar esses empreendimentos. Um deles é o prazo de implantação previsto na legislação brasileira. Por exemplo, para o loteamento esse período é de quatro anos, mas um empreendimento de grande porte precisa de mais tempo para ser implantado e hoje o alvará acaba perdendo a validade nesse modelo. Outra questão importante é que os condomínios precisam ser profissionalizados em relação a gestão, não pode ser uma administração amadora porque é uma estrutura complexa, que além de ter grande porte também tem usos diferentes. Tem também o fato de toda a infraestrutura destes condomínios ser feita no início, sendo que a receita só virá nos próximos vinte anos, então tem que ter uma forma de financiar esses investimentos iniciais, seja através de PPP, de concessão, etc.

A Adit defende o valor urbanístico desses supercondomínios. Por quê?
A gente entende que o poder público hoje não tem capacidade de planejamento da expansão urbana e nem da gestão espaço público, então a gente acha que as comunidades planejadas, os bairros planejados, as cidades planejadas, podem ser uma solução em termos urbanísticos e de qualidade de vida para as pessoas. As comunidades planejadas são pensadas para os próximos 50 anos, então o empresário deve garantir a qualidade do espaço urbano porque é ele que vai lucrar com a valorização dessas terras.

As propriedades fracionadas também são um novo modelo de negócio em expansão no Brasil?
Esses são empreendimentos para uma segunda residência, uma casa de lazer, em que se dividem a propriedade em frações. Ou seja, se são 12 donos, cada um terá o direito de usar a casa por um mês por ano. Se são três, por quatro meses, e assim por diante. A demanda por esses projetos está aumentando no Brasil até porque faz sentido, não compensa comprar uma casa para usá-la pouquíssimas vezes. Esse modelo funciona bastante no exterior e está chegando primeiramente no Nordeste, além de cidades do sul do País.

Fonte: Construção Mercado

Nota do Editor:
Construção faseada é uma opção adotada, na falta de recursos para construir, que prioriza etapas de construção que serão concluídas antes que outras etapas sejam iniciadas. Por exemplo, as paredes externas e o teto de um edifício, seriam completados antes de serem iniciadas as obras do seu interior. A construção geralmente é feita desta maneira para proteger os componentes ainda incompletos e por razões econômicas.

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