A evolução positiva dos preços dos imóveis residenciais, a fartura de recursos financeiros destinados à habitação da classe média e os últimos dados sobre o crescimento das vendas de moradias mantêm ambiente favorável para a construção civil, que se mostra um dos segmentos mais dinâmicos da economia brasileira durante a pandemia de covid-19, contrastando com as dificuldades ainda presentes em outros setores. Dado o peso da construção para o investimento e o emprego, haverá uma contribuição expressiva do setor para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, reduzindo a dramaticidade da recessão estimada pelos especialistas.
Em setembro, os preços de venda de imóveis pedidos pelos proprietários aumentou 0,53%, maior porcentual observado para o mês desde 2014, segundo o Índice Fipe-Zap, calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe). Nos primeiros nove meses de 2020, os preços pedidos nas 50 cidades pesquisadas cresceram, em média, 2,31%. Em São Paulo, maior mercado do País, os preços avançaram 2,82% entre janeiro e setembro – e variação positiva ainda maior foi constatada em Brasília, Curitiba e Florianópolis. O aumento foi generalizado, com raras exceções, como Recife.
Também em setembro persistiu a captação positiva das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que atingiu R$ 105,8 bilhões nos primeiros nove meses do ano. Incluída a poupança rural, o saldo de recursos depositados em cadernetas já supera R$ 1 trilhão.
Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que reúne as maiores empresas do setor no País, as vendas de imóveis novos cresceram 58% entre julho de 2019 e julho de 2020. A retomada do mercado chegou aos imóveis de alto padrão, notou o presidente executivo da Abrainc, Luiz Antonio França.
Os dados do sindicato da habitação (Secovi-SP) também foram favoráveis, com alta de 35% nas vendas de imóveis novos entre os meses de agosto de 2019 e de 2020 e de 17,1% nos últimos 12 meses, para 48,9 mil unidades. O indicador mais expressivo foi o do aumento do número de unidades lançadas, para 54,9 mil unidades em 12 meses, mostrando a confiança das incorporadoras no futuro
Fonte: ESTADO DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário