Os dados de abril ainda não foram consolidados, mas pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) feita a partir de amostragem de cidades das cinco regiões do Brasil indicam queda de 38,8% nas vendas, ante o mesmo mês do ano passado, para 6.498 unidades. Em relação aos lançamentos, a diminuição foi de 63%, para 3.172 unidades.
De 25 de abril a 4 de maio, a CBIC realizou sondagem que apontou fechamento de vendas, na pandemia, por 56% das empresas consultadas. Em abril, 77% das empresas pretendiam postergar lançamentos previstos para o mês. Do total, 54% informou ter sentido queda significativa ou muito acentuada da busca por imóveis.
Os resultados do desempenho de lançamentos e vendas do período de abril a junho vão dar o tom do que acontecerá com o mercado até o fim do ano, na avaliação do vice-presidente da CBIC, Celso Petrucci. Espera-se retração do volume lançado e vendido, no acumulado de 2020, ante 2019, em decorrência da pandemia da covid-19, mas não é possível saber a proporção do encolhimento.
“Entre agosto de 2008 e julho de 2009, houve recuo de 45% em lançamentos e vendas. Não acredito que a queda será tão acentuada, neste ano, mas esta é uma crise pela qual nunca passamos”, diz Petrucci. Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, “o curto prazo é um processo de espera” em relação ao que acontecerá.
No início do ano, Petrucci projetava estabilidade no Valor Geral de Vendas (VGV) a ser lançado, com possibilidade de aumento no total comercializado, conforme o mix de produtos.
Levantamento da CBIC apontou que, no primeiro trimestre, o volume de unidades residenciais lançadas, no país, caiu 14,8%, na comparação anual, para 18.388 unidades. No entendimento do vice-presidente, as férias e o Carnaval tiveram mais impacto na decisão de lançamentos, no início deste ano do que no começo de 2019. “Além disso, os últimos 15 dias de março foram perdidos”, afirma Petrucci.
Ele acrescenta que, como o volume lançado, no quarto trimestre, foi bastante expressivo, parte das incorporadoras pode ter se concentrado, no primeiro trimestre, nas vendas dessas unidades.
De janeiro a março, as vendas cresceram 26,7%, em relação ao mesmo período de 2019, para 34.411 unidades. No fim do trimestre, havia oferta de 148.181 unidades, correspondente a 14,4 meses de vendas, considerando-se a média dos últimos 12 meses.
O presidente da CBIC ressalta que, após o início da crise, a venda têm se concentrado em unidades do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. No primeiro trimestre, os lançamentos do programa responderam por 57% do total.
Fonte: VALOR ECONôMICO
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