sábado, 19 de setembro de 2015

MUNDO: COMO EVOLUEM OS PREÇOS DOS IMÓVEIS DE HONG KONG A DUBAI


O mercado imobiliário é uma caixinha de surpresas. Analisar a evolução dos preços dos imóveis em várias latitudes permite perceber quais os mercados mais “quentes” e compreender a forma como os fenômenos macroeconômicos condicionam as apostas dos investidores.

É a subida mais fraca desde 2011. Entre Junho de 2014 e o mesmo mês de 2015, os preços dos imóveis em todo o mundo cresceram, em média, 0,1%. As conclusões são do Global House Price Index da consultora imobiliária Knight Frank, divulgado este mês de Setembro.

Dos 56 mercados analisados, 12 seguem uma tendência negativa de crescimento. O cenário macroeconómico influencia, e muito, os desempenhos de cada país. Mas há questões que ultrapassam fronteiras: as incertezas sobre o futuro do Euro, os nervosismos sucessivos nos mercados de capitais e as dúvidas quanto à subida dos juros pela Fed.

A (NEGATIVA) SURPRESA ÁRABE

É em Dubai que se regista a maior quebra do mundo nos preços das propriedades: 12,2% no período analisado. Um decréscimo da procura, conciliado com um fortalecimento do dólar e a adoção de medidas com vista à diminuição da especulação imobiliária, ditam este ciclo.

De fato, o mercado imobiliário deste emirado tem sido feito de altos e baixos ao longo da última década. Qualquer que seja a direção da tendência, o ritmo é acelerado. A evolução do preço do petróleo vai influenciando o percurso.

Se Dubai é uma surpresa no ‘top’ 5 dos países, a presença dos restantes não abre margem para grandes espantos. Os preços dos imóveis na Ucrânia, Chipre, Grécia e China seguem em terreno negativo.

Na Ucrânia, a quebra é de 12%, como reflexo dos dois anos de protestos e conflitos motivados pelos movimentos separatistas. O Chipre, epicentro de uma crise financeira na Europa em 2013, vê os preços dos imóveis a cair 6,5%.

Ainda a procura natural do verão não tinha acontecido e já os investidores estavam preocupados com a situação na Grécia. O impacto não deixou de se fazer sentir nos preços dos imóveis para habitação: a descida é de 5,9% entre Junho de 2014 e Junho de 2015.

Também na China as preocupações com a volatilidade dos mercados de capitais foram ditando a tendência, ainda as principais sessões negras de finais de Agosto e início de Setembro não tinham ocorrido. Neste país, no período analisado, os preços caíram 5,7%.

A PERDA DE UM TÍTULO (INDESEJADO)

Ansiosa por se livrar dele, a Europa detinha há 15 anos um título: o desempenho mais fraco na evolução dos preços do mercado residencial. Mas o cenário mudou no final de Junho deste ano, mostra o relatório da Frank Knight

O Velho Continente viu a sua média de preços aumentar 2,8% face ao mesmo mês de 2014. A determinar este resultado estão os crescimentos de dois dígitos da Turquia (18,5%), Estônia (13,4%), Luxemburgo (13,2%) e Irlanda (10,7%).

Perdem apenas para um forte rival: Hong Kong, que ocupa o primeiro lugar do ‘ranking’. Neste território, os preços cresceram 20,7% no período analisado pela consultora imobiliária. Mesmo com a adoção de medidas para atenuar a especulação imobiliária, os investidores – sobretudo chineses - continuam a rumar para lá. Por ali, a liquidez é crescente.

E PORTUGAL, ONDE FICA?

Portugal está em terreno positivo, mas encontra-se já na segunda metade da tabela dos 56 mercados analisados pela Knight Frank. O país ocupa a posição 33. Dentro das fronteiras nacionais, os preços dos imóveis cresceram 2,4% no período analisado.


Descubra:
Quais são os mercados que mais crescem
  1.        Hong Kong                        20,7%
  2.        Turquia                              18,5%
  3.        Estônia                              13,4%
  4.        Luxemburgo                      13,2%
  5.        Nova Zelândia                  10,9%
  6.        Irlanda                                10,7%

Quais são os mercados em maior contração
  1.        Dubai                              -12,2%
  2.        Ucrânia                           -12%
  3.        Chipre                             -6,5%
  4.        Grécia                             -5,9%
  5.        China                              -5,7%
  6.        Polônia                           -4,9% 

Fonte: Jornal de Negócios Online

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