Freedom-tower
É notável a revitalização do mercado imobiliário dos Estados Unidos, em especial se considerarmos o pouco tempo decorrido desde a crise de 2008. Na Flórida, por exemplo, cresce o número de lançamentos de excelente nível e preços sedutores. São muitos os atrativos para compradores de todo o mundo, inclusive brasileiros. Vê-se que o governo e o setor privado mantêm franca parceria: o primeiro com políticas de incentivo aos investimentos; e o segundo, com ações agressivas para viabilizar os projetos.
Empreendimentos imobiliários figuram entre as iniciativas do programa federal norte-americano para atração de capital externo, que concede o green card a quem investir US$ 500 mil e gerar pelo menos dez empregos. Não é casual que, em 2014, dos US$ 92 bilhões em imóveis vendidos a estrangeiros, 2% tenham sido relativos a investimentos de brasileiros.
Em contraste, observa-se que o Brasil desperdiça oportunidades. Estamos perdendo para os norte-americanos cerca de US$ 1,8 bilhão de investimentos por ano, que poderiam ser aportados em projetos imobiliários em nosso país. Dentre as inúmeras causas, destacaria duas, que considero corrosivas à nossa competitividade: infraestrutura precária e a insegurança jurídica.
As pessoas adoram as facilidades que encontram nos Estados Unidos: excelentes aeroportos; estradas ultrasseguras; ótima mobilidade; farta distribuição de energia; segurança no ir e vir; educação e respeito das pessoas.
Também impressiona o poder de planejamento, investimento e geração de negócios naquele país. Um exemplo é a revitalização urbana onde se localizavam as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Transcorridos 13 anos do terrível atentado de 2011, já foi inaugurado o primeiro dos cinco prédios integrantes de um fantástico projeto urbanístico. A Freedom Tower, com 104 andares (o mais alto da cidade), consumiu cerca de US$ 3,8 bilhões e aportou 250 mil metros quadrados de escritórios para a cidade.
No Brasil, no setor de infraestrutura, falta, por parte de nossos governantes, mais planejamento e eficiência. Por exemplo: não é possível, numa cidade como São Paulo, uma estação de metrô demorar nove anos para ser inaugurada (Fradique Coutinho). Paris possui uma estação para cada 7 mil habitantes. São Paulo, uma para cada 168 mil!
Empresários investem onde se sentem seguros. No mercado imobiliário, isso é ainda mais verdadeiro, por se tratar de um setor de capital intensivo e panorama de longo prazo. Por isso, todos os projetos são cercados de inúmeros estudos prévios, visando a sua aprovação e aceitação pelo mercado. Muitas vezes, levam-se anos para sua aprovação e lançamento, especialmente aqueles em regiões ambientalmente sensíveis. Mesmo assim, temos visto vários empreendimentos em estágio inicial ou mesmo avançado, devidamente aprovados e licenciados, sendo questionados e embargados em juízo, provocando prejuízos sociais, econômicos e ambientais.
Temos enorme potencial de crescimento. Somos privilegiados em recursos naturais, considerados o país mais empreendedor do G20 e contamos com um dos mais simpáticos povos. O que nos falta é um pouco mais de eficiência na gestão pública e segurança para investimentos de longo prazo.
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