A MRV Engenharia divulgou o novo desenho para a operação de compra da empresa americana de propriedades residenciais para locação AHS Residential, em atendimento às demandas de seus principais acionistas minoritários.
Pelo novo formato, a MRV fará emissão de 7,75% de ações, que serão subscritas pela família Menin, em troca dos 89,4% que os controladores da maior incorporadora brasileira possuem na AHS, e investirá até US$ 236 milhões, em quatro anos, na americana.
Ao final da operação, os Menin terão 37,71% da MRV, ante os atuais 32,4%, e deixarão de ter participação direta na AHS, fundada pela própria família. Já a MRV terá, praticamente, a totalidade da AHS.
A assembleia geral extraordinária (AGE) para votação da compra será realizada em 31 de janeiro. Segundo o copresidente da MRV, Rafael Menin haveria votos suficientes para aprovar, na AGE, a aquisição da AHS, no formato anterior, mas a família “preferiu escutar o mercado”.
Questionado se a família irá votar na assembleia de acionistas, o copresidente limitou-se a dizer que a família “pode votar”.
Em setembro, a MRV anunciou que compraria até 51% da AHS por valor entre US$ 220 milhões e US$ 225 milhões, em operação que marcaria sua primeira investida internacional. Com o aporte de capital, que ocorreria em etapas, a participação dos atuais sócios — a família Menin e o fundo Silverpeak — seria diluída para 49%.
A operação suscitou questionamentos em relação a fatores como o aumento da complexidade do negócio para quem tem interesse em comprar ações da MRV, a falta de sinergia entre as operações das duas empresas e o conflito de interesses resultante de a família vir a se tornar acionista direta da AHS e indireta, por meio da incorporadora brasileira.
“Com o novo desenho, a MRV terá participação em uma empresa com grande potencial de crescimento , e a questão de conflito de interesses é resolvida”, diz o diretor executivo de finanças e relações com investidores da companhia, Ricardo Paixão.
O copresidente compara que, em 2017, a MRV tinha 100% de atuação no Minha Casa, Minha Vida e, a partir de 2020, estará presente em quatro frentes — no programa habitacional, em unidades financiadas com recursos da poupança, na plataforma de locação Luggo e na AHS. “Vamos destravar o crescimento da companhia”, diz Menin.
A AHS é uma empresa verticalizada que atua na compra do terreno, construção do empreendimento e locação das unidades. Após o prédio ser alugado, vende 90% para fundos ou outros investidores. Os demais 10% são mantidos em carteira para a AHS fazer a gestão das propriedades.
Segundo o copresidente da MRV, há grande potencial de expansão na locação residencial voltada para a classe média americana, considerando-se a baixa concorrência nessa faixa de renda e o aumento da demanda por aluguel nos Estados Unidos.
Fonte: VALOR ECONôMICO
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