sexta-feira, 26 de outubro de 2018

VOLUME DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO CAI PELA METADE


As taxas de juros estão em mínimas históricas. Apesar do cenário aparentemente favorável, o mesmo não se reflete no mercado imobiliário. O volume de crédito imobiliário concedido no país para pessoas físicas representa apenas 50% dos valores disponibilizados em 2014 e 2015. No caso de pessoa jurídica, a baixa real (descontada a inflação) é de 80%. O preço médio dos imóveis, por sua vez, caiu 19% em relação a 2014.

Outros dados revelam a tendência de queda do setor. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as atividades de construção tiveram queda de 0,8% no segundo trimestre de 2018. Apesar disso, os bancos alegam que os pré-requisitos para se conseguir crédito imobiliário estão praticamente inalterados desde o momento antes da crise, assim como a taxa de juros, que ficou entre 8% e 8,5% em 2014. O Santander, por exemplo, tem taxas a partir de 8,99% para o Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Luiz Antonio França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), disse à Folha de S.Paulo que não ouve queixas de falta de crédito, e sim de falta de confiança. “Na média e alta renda, acontece algo parecido com o comportamento dos empresários: observa-se desemprego alto, instabilidade nos mercados, incerteza política e, claro, espera-se para ver o que vai acontecer”, afirma França. Já no caso do setor de baixa renda, há uma alta demanda, que se traduz até em déficit habitacional.

A Caixa, detentora de 70% do mercado de créditos imobiliários, anunciou uma queda de juros para esse tipo de operação. A medida vale para imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). As taxas mínimas, que antes eram de 9,5% ao ano, agora são de 8,75% ao ano. Já a taxa máxima caiu de 11% para 10,25% ao ano. A redução vale para imóveis de até R$ 1,5 milhão.

A Caixa tinha, para este ano, R$ 85 bilhões para o crédito habitacional. Já no primeiro semestre gastou-se quase metade desse montante - R$ 42 milhões, sendo que 84% desse valor é com recursos do FGTS, sobretudo para famílias que ganham até R$ 4.000. O orçamento para 2018 equivale à soma do que foi oferecido de 2015 a 2017. Para os próximos três ou quatro anos, a tendência é permanecer nesse patamar.

Oportunidade - Uma reação das imobiliárias, sobretudo em São Paulo, pode ser impulsionada pela compra de imóveis usados. De acordo com um levantamento feito pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis, em 37 cidades do estado de São Paulo, houve aumento de quase 20% nas vendas do primeiro semestre deste ano em relação a 2017. Grande oferta e inflação baixa favorecem esse comportamento de compra. A facilidade para o financiamento e os preços baixos também permitem o aumento na venda de imóveis usados. A economia, muitas vezes, pode chegar a até 30% com esse tipo de imóvel.

Fonte: DIÁRIO DIGITAL

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