Durante muitos anos a casa própria era o maior sonho de consumo. Quantos milhares de brasileiros nos anos 80 e 90 compravam e pagavam o carnê do baú na esperança de ganhar a tão sonhada casa. Isso porque se dependesse da renda familiar e do acesso ao crédito imobiliário, a moradia própria era realização de poucos privilegiados e sortudos brasileiros.
Entre 1983 e 2004, a média de financiamentos feitos com dinheiro da poupança foi de 57 mil unidades por ano, menos de 4% da formação de novos domicílios no período.
Isso mudou com o Minha Casa Minha Vida. Lançado em meio a forte crise internacional, em 2009, o programa foi uma decisão política de enfrentar a situação com incentivo ao mercado interno e inclusão social, transformando-se no maior programa habitacional da história e beneficiando 6 milhões de brasileiros.
Os governos Lula e Dilma investiram R$ 199 bilhões em 1,56 milhões de moradias espalhadas em 5.288 municípios. Outras 1,7 milhão de unidades estão em construção. Na terceira etapa do programa, a meta é construir outras 3 milhões de moradias.
Do total de moradias, o Minha Casa, Minha Vida chegou onde nenhum programa habitacional havia chegado. Em novembro de 2013, agricultores e trabalhadores rurais que moravam em casas de taipa, de madeira ou de alvenaria muito precárias foram beneficiados com 100 mil casas.
Mas além dos benefícios diretos, o programa também promoveu - e continua a promover - conquistas indiretas. As obras do programa movimentam toda a economia brasileira, principalmente na construção civil, gerando empregos para milhões de trabalhadores.
Programa beneficia famílias com renda menor
Antes do Minha Casa, Minha Vida, o Brasil viveu mais de 20 anos sem uma política efetiva de habitação. Em oito anos de governo FHC, os empréstimos habitacionais chegaram a R$ 1,7 bilhão. Nos quatro anos seguintes de governo Lula, saltaram para R$ 4,5 bilhões.
Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que entre 2007 e 2012 houve redução de 6,27% no déficit habitacional no Brasil. Essa queda ocorreu ao mesmo tempo em que houve aumento de 12,6% no total de domicílios, de 55,918 milhões para 62,996 milhões. Assim, em termos relativos, o déficit caiu de 10% do total de domicílios para 8,53%.
No governo Dilma as conquistas foram ampliadas. Cruzando os dados com o desempenho do programa entre 2009 e 2012, constata-se que houve recuo mais rápido do déficit habitacional nas faixas de renda onde o ritmo de entregas foi mais forte.
No corte por faixa de renda, o déficit nas famílias com renda mensal entre três e cinco salários mínimos, o recuo foi de 21%, para 610 mil de unidades, entre 2009 e 2012. Ou seja, o Minha Casa, Minha Vida beneficia principalmente os mais pobres.
No mesmo período, nas famílias com renda de até três salários mínimos a diminuição do déficit ficou em 5% (para 3,8 milhões de unidades), abaixo do recuo total de 8,1%.
Avançar mais
Para o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Celso Pinheiro, é preciso avançar mais. “A moradia é o resgate da dignidade das pessoas. O Minha Casa, Minha Vida é, sem dúvida, uma iniciativa importante, assim como os demais programas sociais que tem reflexo em todo o desenvolvimento do país. Mas é preciso dar continuidade com planejamento e ampliação do programa, pois ainda é um número muito pequeno perante ao total”, disse ele.
A presidenta Dilma já reafirmou que vai manter o programa. “Vamos garantir a continuidade do Minha Casa, Minha Vida, um programa que foi executado com absoluta prioridade, que eu tenho a honra de ter participado do nascimento. Além de capacidade de realização e a decisão cada vez mais fortalecida na clareza da nossa vontade política de construir o Minha Casa Minha Vida 3”, disse a presidenta Dilma.
Nessa direção, a perspectiva para os próximos anos é que o déficit habitacional caia de forma mais acentuada entre as famílias com renda de até três mínimos com ajuda das entregas das unidades já contratadas pelo Minha Casa.
Fonte: Portal Vermelho, Dayane Santos
Com agências
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