Com a perspectiva dos recursos da caderneta de poupança não poderem mais dar conta dos financiamentos imobiliários, especialistas no assunto afirmam que uma das formas para tornar o crédito mais acessível é o incremento da securitização. São operações executadas pelas carteiras de empréstimos para a compra de imóveis e que podem ser vendidas pelos bancos a investidores. O dinheiro que volta para o caixa dos bancos pode ser novamente emprestado, aumentando a quantidade de recursos disponíveis.
Muito comum nos Estados Unidos, mais ainda incipientes no Brasil, as operações de securitização, sem os vícios do mercado norte-americano, que chegou a fazer até sete operações de securitização com um único imóvel e que resultou na bolha imobiliário de 2008, podem ser uma das saídas para tornar o mercado imobiliário mais dinâmico.
Uma outra alternativa seria o governo flexibilizar os depósitos compulsórios a que os bancos são submetidos, na hora de captação do dinheiro no mercado, e possibilitar que as instituições bancárias coloquem mais de 65% dos recursos captados no financiamento imobiliário.
Os especialistas também sugerem a criação dos chamados “covered bonds”, um papel bastante utilizado no mercado europeu. São títulos emitidos pelos bancos para resgate no longo prazo, com taxa de retorno suficientemente atraente para motivar o investidor e lhe garantir uma gorda remuneração. O fato é que o financiamento imobiliário deve ser visto a partir de outros tipos de alternativas capazes de manter o crédito aquecido e com baixas taxas de juros. Do contrário, o custo de captação de dinheiro pelos bancos deve ser determinante para o futuro dos preços dos imóveis no Brasil. Se os bancos tiverem de gastar mais para captar recursos, vão cobrar juros maiores na hora de disponibilizar o crédito imobiliário.
Fonte: Tribuna da Bahia
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