Após quatro meses de aumentos consecutivos, 0 IGMI-R/ABECIP teve uma leve retração em julho. O montante desta variação negativa foi modesto (0.04%), aproximando na verdade o índice da estabilidade em termos nominais. Mesmo com este desempenho na margem, a variação acumulada em 12 meses dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, que havia apresentado em junho o primeiro resultado positivo desde agosto de 2015, teve uma aceleração (passando de 0.15% para 0,30%). Este fato é explicado pela baixa base de comparação, na medida em que o IGMI-R/ABECIP ainda apresentava variações negativas em julho do ano passado.
Em termos do desempenho das capitais, São Paulo foi um dos principais responsáveis pela reversão da tendência de aceleração do indicador para o Brasil, na medida em que os preços dos imóveis residenciais na cidade ficaram praticamente estáveis em julho, após terem subido 0,17% no mês anterior. Porto Alegre também teve influência relevante no resultado nacional, sendo que os preços caíram -0,08% em julho, após uma sequência de elevações nos quatro meses anteriores. Curitiba e Goiânia tiveram variações positivas em julho, porém com desaceleração com relação ao mês anterior. O desempenho do Rio de Janeiro foi novamente um destaque negativo, com aceleração do ritmo de queda em julho quando comparado a junho. Do lado positivo, Fortaleza e Salvador tiveram pequenas acelerações nos aumentos de preços em julho, enquanto os imóveis residenciais em Belo Horizonte tiveram seus preços estáveis no período.
Do ponto de vista das variações acumuladas em 12 meses, a aceleração para o Brasil mencionada acima deve ser atribuída principalmente à desaceleração do ritmo de queda no caso da maioria das capitais, na medida em que São Paulo, Curitiba, Salvador e Goiânia tiveram em julho variações acumuladas positivas, mas inferiores às observadas até o mês anterior. Apesar do resultado negativo na margem, Porto Alegre foi a única das capitais onde verificou-se uma aceleração na taxa positiva de variação acumulada em 12 meses entre junho e julho.
A evolução dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continua uma trajetória de lenta recuperação. A frustração com relação ao ritmo da atividade econômica no segundo trimestre do ano teve impacto em algumas variáveis fundamentais para o mercado imobiliário, como estabilização da taxa do desemprego em níveis elevados, crescimento moderado da renda e queda na confiança do consumidor. Este conjunto de fatores não deve, no entanto, ser suficiente para reverter a direção da retomada dos preços dos imóveis residenciais em um horizonte mais longo. A manutenção da taxa de juros em níveis historicamente baixos juntamente com novas medidas de estímulo ao crédito habitacional são elementos importantes e que devem desempenhar um papel fundamental para a retomada do setor em um ambiente futuro de menor incerteza.
Fonte: ABECIP
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