O mercado imobiliário na Rússia foi privatizado com o colapso da União Soviética, em 1991, quando os residentes puderam comprar, a preços simbólicos, os imóveis que ocupavam. Até então, nunca havia existido propriedades privadas no país, em toda a sua história. A partir da privatização, passa a existir um mercado imobiliário. Em 2012, aproximadamente 85% dos 62 milhões de apartamentos então existentes na Rússia já eram propriedade privada.
Entre os anos 2000 e 2007, o país viveu um “boom” imobiliário sem precedentes, e os preços subiram entre 350% e 400%. A partir de então, os preços oscilam dentro de regras de mercado. Em 2008, com a crise econômica global, os preços caíram em torno de 30%, na média, mas o mercado vem se recuperando lentamente. Ainda assim, o preço médio de residências em Moscou oscila entre US$ 6.000 e US$ 9.000 por metro quadrado, podendo chegar a US$ 35.000 o metro quadrado em regiões mais valorizadas, localizadas entre o rio Moscou e a rua Ostozhenka.
Mesmo antes da crise com a Ucrânia, as taxas de juros médias para financiamentos habitacionais, tanto em rublo quanto em moeda estrangeira, na verdade já vinham caindo. As taxas de juros dos empréstimos em rublo saíram de 12,9%, no primeiro trimestre de 2013, para 12,2% no primeiro trimestre de 2014. No mesmo período, as taxas médias de empréstimo em moeda estrangeira caíram de 9,7% para 9,4%.
Embora com oscilações, a economia russa apresentou um rápido crescimento, elevando o poder aquisitivo de seus habitantes e permitindo que mais pessoas ficassem aptas a comprar imóveis. Consequentemente, o mercado de hipotecas começou a aumentar. Para 2015, o governo pretende elevar o volume de recursos utilizados no mercado de hipotecas para algo em torno de 7,2% do PIB, semelhante ao patamar atual do Brasil, porém muito distante dos valores próximos a 70% do PIB registrados em países mais desenvolvidos.
A Rússia tornou-se uma nação de proprietários graças à privatização maciça após a queda do comunismo. No entanto, o setor de locação residencial não tem recebido muita atenção das empresas do mercado imobiliário.
Em 2008, foi instituída uma fundação sem fins lucrativos para estimular o mercado de aluguéis residenciais, que luta, desde então, com a burocracia local e a busca por investidores estrangeiros. Técnicos da fundação afirmam que, no mundo, os gastos com locação são de aproximadamente 30% da renda familiar, enquanto na Rússia esse percentual não chega a 20%, o que dificulta o ajuste econômico de empreendimentos para essa finalidade.
Investimentos no segmento residencial representam, hoje, somente 16,6% do mercado imobiliário russo. Empreendimentos de uso misto com 28,9% de representação são os mais significativos, seguidos por escritórios (24,2%), hotéis (18,6%), varejo (7,1%) e edifícios de uso industrial (4,6%).
Moscou é ainda a cidade que mais atrai investidores, representando 88% do total de investimentos em imóveis no país. Investidores locais, porém, dominam o mercado com quase 70% dos negócios.
No primeiro semestre de 2014, em Moscou, o lançamento de empreendimentos voltados para o varejo foi o maior desde 2009, e está alcançando outras capitais europeias em termos de densidade de mercado, atingindo o nível de 327 metros quadrados de lojas de varejo para cada mil habitantes. A média europeia é 382 metros quadrados e a cidade com maior índice é Estocolmo, na Suécia, com 900 metros quadrados. No Brasil, temos 155 metros quadrados de área de “shopping centers” por mil habitantes.
A Rússia, embora tenha um mercado relativamente recente, desponta como um dos importantes mercados imobiliários no mundo.
Imprensa ARISP / Fonte: Abecip
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