O Banco do Brasil pode seguir a Caixa e passar a oferecer crédito imobiliário atrelado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o presidente da instituição, Rubem Novaes. "A ideia é dar o máximo de liberdade possível para o cliente, ter um cardápio. Estamos preparando linhas novas nesse setor", disse, após participar de evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro, na sexta.
Na semana passada, a Caixa anunciou uma nova linha de crédito imobiliário com atualização do saldo devedor pelo IPCA. As taxas vão 2,95% a 4,95% ao ano, mais o índice de preços. Hoje, o banco oferece crédito imobiliário com taxas de 8,75% a 9,75% mais TR.
O próximo passo, segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, é oferecer crédito imobiliário com taxa prefixada. O plano, que deve ser concretizado em até três anos, depende de uma inflação controlada e do aumento do mercado de securitização.
Na linha atrelada ao IPCA, o objetivo é criar um mercado de securitização grande e de longo prazo. "Não adianta ter um mercado de securitização de dois anos, temos de ter um mercado de 12 anos", apontou Guimarães.
Segundo Novaes, do BB, a decisão do Banco Central de liberar a indexação ao IPCA foi no sentido de dar mais uma opção para a clientela, além de acreditar que uma linha de financiamento corrigida por um índice de preço seria mais fácil empacotar e securitizar, permitindo ampliar o crédito. "Você repassa um pedaço do seu crédito para o mercado e fica com espaço para dar mais crédito", afirmou o executivo.
No mesmo dia do anúncio da Caixa, o BB divulgou mudanças na forma de financiamento da casa própria. As taxas passarão a considerar o prazo da operação escolhido pelo cliente. O menor juro passa a ser 7,99% ao ano, para um prazo de cinco anos. A taxa pode chegar a 8,45% ao ano, para financiamentos de 359 a 418 meses.
Em paralelo à mudança no indexador dos contratos imobiliários da TR para o IPCA, o governo discute - ainda de forma muito preliminar - fazer o mesmo com a poupança. A caderneta também passaria a ser atrelada à inflação, e não mais à TR, segundo fonte próxima à equipe econômica.
Com isso, haveria um estímulo de fato aos bancos privados em oferecer linhas de crédito imobiliário indexadas pelo IPCA. Uma eventual mudança no indexador da poupança, de qualquer forma, é uma atribuição do Banco Central.
Fonte: VALOR ECONôMICO
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