A variação dos preços dos imóveis residenciais para o Brasil, medida pelo IGMI-R/ABECIP, teve uma ligeira aceleração em agosto, registrando 0,36% ante os 0.29% observados no mês anterior. Entre as dez capitais analisadas, apenas Fortaleza teve uma redução nominal de preços no período (-0.10%), enquanto o destaque positivo ficou mais uma vez com São Paulo (0,71%).
Na perspectiva temporal mais ampla, considerando as variações acumuladas em 12 meses, apenas Fortaleza e Goiânia tiveram desacelerações, ainda que em torno de variações positivas: 1,82% em agosto contra 1,95% em julho no caso de Fortaleza, e 1,49% em agosto contra 1,60% no caso de Goiânia. Enquanto Salvador registrou estabilidade nessa variação acumulada (2,29% em agosto, mantendo o número de julho), as demais capitais mostraram acelerações, como pode ser visto no gráfico abaixo.
Para o Brasil como um todo, a variação acumulada em 12 meses passou de 1,99% em julho para 2,33% em agosto. Duas das capitais merecem destaque. O resultado da variação acumulada em 12 meses de São Paulo (4,31%) foi o mais alto entre as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, superando a variação dos índices de preços ao consumidor no período. Esse resultado sinaliza um início (ainda que modesto) de recuperação dos valores reais dos preços dos imóveis residenciais na cidade. Já o Rio de Janeiro, apesar de registrar a menor variação acumulada em 12 meses entre as capitais, voltou a apresentar um valor positivo pela primeira vez desde março de 2015 (lembrando que a série histórica do IGMI-R/ABECIP tem início em janeiro de 2014). Esse resultado, por sua vez, sinaliza ao menos um início potencial de recuperação dos valores nominais dos imóveis residenciais na cidade, apesar dos resultados ainda no campo negativo em termos de reposição de valores reais considerando o aumento dos índices de preços ao consumidor no período.
Apesar dos desafios ainda enfrentados pela retomada do nível de atividades da economia brasileira, o mercado residencial conta com alguns fatores positivos, como o baixo nível histórico das taxas de juros e novas condições de financiamentos imobiliários. Dados recentes apontando aumento de vendas de imóveis novos e licenças para construções em São Paulo aparecem como contrapartida desse processo de início de recuperação dos preços observados na cidade. Uma retomada mais vigorosa, incluindo o restante do país, segue condicionada a uma melhora mais sensível das expectativas de consumidores e investidores.
Fonte: ABECIP
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