A alta da taxa Selic e a crise econômica aumentaram a demanda dos investimentos nesse fundo e o setor imobiliário acabou afetado. Os economistas afirmam que o segundo semestre do ano deve trazer uma situação ainda pior.
É do dinheiro que você, cidadão, coloca na caderneta de poupança, que os bancos tiram boa parte do dinheiro que emprestam para quem quer financiar a casa própria. Mas a crise econômica tem feito as pessoas pouparem menos e resgatarem o dinheiro que tinham guardado. Com menos dinheiro para emprestar, as instituições financeiras acabaram reduzindo drasticamente o volume de financiamentos.
Um levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, a Abecip, mostra que entre janeiro e maio de 2015, os bancos destinaram 38,9 bilhões de reais para o financiamento de imóveis. No mesmo período do ano passado, esse valor ultrapassou os 44 milhões; uma queda de 11,8%.
O número de unidades pagas com os recursos da poupança também caiu. Este ano, até maio, 174 mil imóveis foram comprados com o dinheiro que os bancos têm em cadernetas de poupança; no ano passado foram mais de 213 mil.
O economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, analisa esse cenário e diz que ele é coerente com a política de retenção do governo federal. E não faz boas perspectivas para o segundo semestre:
A alta da taxa Selic, que é a taxa básica de juros, também influencia nessa debandada da poupança: quem investe dinheiro acaba escolhendo fundos que são remunerados pela Selic que paga muito mais do que a poupança.
A Caixa Econômica Federal, maior financiadora desse mercado, mudou as regras para quem compra imóveis usados, que eram financiados por esse fundo. Desde maio, quem quiser empréstimo para um imóvel assim precisa dar 50% de entrada e não mais 20% como era até então.
Num ano em que as boas notícias do campo econômico estão cada vez mais raras, o brasileiro terá que alimentar cada vez mais paciência para realizar o tão falado sonho da casa própria.
Fonte: BCN Economia
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