Em julho será anunciado o primeiro empreendimento disponível para financiamento coletivo através do Urbe.me, site pioneiro para crowdfunding imobiliário no Brasil. Mesmo sem ter projetos disponíveis, o site já tem 1 mil pessoas cadastradas.
O Urbe.me tem o objetivo de unir pequenos investidores e pequenas empresas, fomentando uma nova prática de captação de recursos em um segmento dominado pelas grandes cifras e grandes obras. O aporte mínimo no empreendimento é de R$ 1 mil.
Idealizado pelo administrador de empresas Paulo Deitos e pelo arquiteto Lucas Obino, o Urbe.me reúne mais cinco sócios: Giancarlo Chiapinotto, Carolina Souza Pinto, Manoela Obino, Cristiano Selbach e Franco Miotto, arquitetos, administradores e advogados.
Do grupo, apenas Deitos (ex-coordenador comercial da GetNet) e Chiapinotto (gerente da PwC) não fazem parte do escritório de arquitetura e engenharia OSPA, do qual Lucas Obino e Carolina Souza Pinto são sócios.
A proposta do portal é “abrir espaço para a arquitetura autoral e garantir cidades sustentáveis, atraindo pequenos projetos que teriam dificuldade de sair do papel sem o financiamento coletivo”.
O site também facilita à pessoa física investir seu dinheiro no empreendimento imobiliário que considere mais adequado.
“O Urbe.me quebra preconceitos no setor e dá ao consumidor o poder de decidir onde investir”, destaca Obino.
O Urbe.me vai disponibilizar um catálogo digital de empreendimentos, que poderão arrecadar individualmente até R$ 2,4 milhões no período de 12 meses. O processo é regulamentado pela CVM (Comissão de Valores Imobiliário).
Para figurar no site, o empreendedor precisará abrir uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). Já o investidor precisa ter CPF e uma conta bancária, de onde enviará a Transferência Eletrônica Disponível (TED) até 24 horas após a reserva.
Carolina será responsável pela avaliação dos imóveis a serem disponibilizados na plataforma, com o objetivo de garantir segurança ao investidor.
A ideia é captar recursos para até quatro projetos ao mesmo tempo, para evitar que concorram entre si. A empresa calcula um ticket médio de investimento entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
Após a venda de todas as unidades do imóvel, o valor investido é corrigido e devolvido dentro de um prazo máximo de cinco anos.
“Vamos buscar empreendimentos que possam oferecer uma taxa de retorno acima da Selic, mas nunca é demais lembrar que o rendimento pode variar – para mais ou para menos – de acordo com a valorização do imóvel”, diz Deitos.
O arquiteto Lucas Obino e o administrador de empresas Paulo Deitos buscavam uma fórmula que permitisse aos pequenos empreendedores captar recursos para dar andamento a seus projetos.
A concepção do Urbe começou em 2013, e levou em conta cases vistos em outros países.
Nos Estados Unidos, o boom dos portais on-line de financiamento coletivo começou em 2013. Hoje, há plataformas com projetos imobiliários de todos os tamanhos, muitos oferecendo cotas de investimentos a partir de US$ 100.
O Fundrise, primeiro equity crowdfunding imobiliário norte-americano, conta com 649 empresas em sua carteira e mais de US$ 70,4 milhões em ativos captados.
No CNBC, também norte-americano, projetos de capital crowdfunding estão oportunizando a investidores credenciados individuais adquirir um pedaço de Manhattan, com investimentos a partir de US$ 10 mil.
Recentemente, em apenas oito meses, a plataforma levantou US$ 35 milhões para um único projeto.
O desafio do projeto brasileiro é enfrentar um cenário de desvalorização do mercado imobiliário.
Em dezembro, das 25 cidades pesquisadas pelo índice FipeZap, 20 apresentaram percentuais de aumento abaixo da inflação, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo.
A FipeZap também mostrou que a participação de investidores nas compras do mercado imobiliário caiu no primeiro trimestre de 2015.
A parcela de investidores caiu para 37% no acumulado em 12 meses, a menor cifra na média histórica do índice.
Além disso, há um grande estoque (unidades que não foram vendidas três anos após o lançamento) nas mãos do mercado imobiliário.
O balanço de 2014 divulgado pelo Secovi mostrou que São Paulo tem o maior estoque desde o início da série histórica, em 2004.
No final do ano passado, 27.255 unidades estavam ainda sem compradores. Em 2013, esse número havia ficado em 19.700. Em 2010, eram apenas 12.000 unidades, o menor número desde o começo da medição.
Fonte: Baguete Notícias
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