Otimismo excessivo pode atrapalhar.
Um estudo econométrico da empresa Ernst & Young (EY) mostrou que a maior causa da oferta excessiva gerada pelos empreendedores imobiliários atualmente é a pressão por resultados. “Tudo o que um executivo não pode fazer é deixar-se levar pelo emocional, a ponto do otimismo atrapalhar o desempenho. E, 66% dos profissionais entrevistados nos mostraram que isso acontece no mercado imobiliário”, disse o sócio líder de transações imobiliárias da EY no Brasil, Viktor Alexander, durante o Seminário sobre Mercado Imobiliário, realizado pela Associação de Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-Rio), nesta quinta-feira.
Na avaliação do executivo, a abertura de capital de algumas empresas foi um engano, pois tiveram que seguir planos de investimentos muito grandes, para atender as expectativas dos investidores. “O mercado brasileiro não estava preparado para tantas transformações rápidas. A falta de capacitação de pessoas foi um dos motivos que ocasionou a crise do seguimento imobiliário, mas não existe a temida bolha imobiliária”, explicou.
Bradesco
Em 2014, os recursos alocados pelo Bradesco, no segmento de construção civil totalizaram R$ 113 bilhões. Em 2003, quando o banco começou a trabalhar com crédito imobiliário, foi de R$ 2,2 bilhões. O número de imóveis financiados entre 2013 e 2014 ficou em um milhão. “Desde 2012 o endividamento das famílias vem crescendo devido ao crédito habitacional. O comprador desse recurso continua com capacidade de pagar e priorizando a compra da casa própria”, disse o gerente departamental de crédito imobiliário do Bradesco, Osmar Martinez.
A inadimplência do mercado imobiliário é a menor: 1,6%. De acordo com Martinez, há 20 anos atrás era de cerca de 35%. A maior inadimplência é a carteira de cheque especial, com 11,2%. O principal desafio do banco Bradesco para este ano é manter o crédito imobiliário em crescimento, com o patamar de R$ 100 bilhões destinados anualmente ao financiamento de cerca de 500 mil unidades de imóveis. De acordo com a apresentação do executivo, o mercado imobiliário corresponde a 9,7% do Produto Interno Brasileiro (PIB).
Martinez alertou ainda para a compra do imóvel próprio pelos jovens. Atualmente, 57% da carteira de crédito imobiliário é composta por pessoas com menos de 35 anos. O banco acredita que feche o ano de 2015 com crescimento de 5% na carteira.
Multiplan
Já o gerente de relações com investidores da Multiplan, Franco Carrion, passou uma visão otimista do mercado de locação imobiliária. A empresa apresentou um crescimento de 18% na locação de espaços em shoppings, em 2014. As vendas nos shoppings da Multiplan cresceram 11%, no ano passado.
Em 2015, a companhia pretende reforçar o investimento em segurança, devido aos últimos episódios de violência nos shoppings, conforme aconteceu no início deste mês, um seqüestro no Barra Shopping.
“Devido ao fraco momento da economia, não temos grande quantidade de projetos previstos, mas, nossa taxa de ocupação se mantém em patamares elevados desde a década de 80. Mesmo em época difíceis conseguimos crescer”, finalizou Carrion.
Gabrielle Torres - Monitor Mercantil
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