quarta-feira, 22 de junho de 2011

CRECI-SP: PREÇOS DE IMÓVEIS USADOS E ALUGUEL RESIDENCIAL SUPERAM INFLAÇÃO

A venda de imóveis usados e a locação de imóveis residenciais tiveram desempenho negativo em abril na cidade de São Paulo. Pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) com 475 imobiliárias apontou queda de 1,98% no número de novas locações na comparação com março e de 0,10% nas vendas de casas e apartamentos.

Os preços médios dos imóveis usados vendidos em abril, porém, subiram 1,26% em relação a março, e os valores médios dos aluguéis tiveram alta de 5,15%. Em 12 meses, tanto o aluguel quanto o preço dos imóveis usados superam a inflação. No período compreendido entre maio de 2010 e abril deste ano, os preços dos imóveis usados aumentaram 11,13%, o aluguel novo encareceu 8,12% e a inflação medida pelo IPCA do IBGE ficou em 6,51%.

- A pressão sobre os preços dos usados e sobre o aluguel vai continuar enquanto o déficit habitacional não for eliminado - afirma José Augusto Viana Neto, presidente do conselho. Mesmo que a locação e a venda alternem variações positivas e negativas de um mês para outro, comportamento que é típico desses dois mercados, a tendência a curto e médio prazos é de subida dos preços e dos aluguéis.

- Os proprietários de imóveis sabem que, por mais que o crédito imobiliário tenha se expandido nos últimos anos e a produção de novas moradias aumentado, milhares de famílias continuam sem ter condições econômicas de comprar a casa própria, especialmente as novas e mais caras, e seguem dependentes do aluguel para morar - resume o presidente do Creci-SP.

Os proprietários igualmente sabem que imóveis lançados nos últimos três anos têm preços muito maiores por conta do encarecimento dos terrenos, dos aumentos de preços de materiais e da mão-de-obra e do próprio boom de lançamentos com financiamento.

- É natural, portanto, que os imóveis usados, mais baratos que os novos, se tornem opção atraente e acabem também sendo influenciados pela tendência de alta geral dos preços -argumenta Viana Neto.

O presidente do Creci-SP entende que vai levar anos para que o país alcance o equilíbrio nessa relação, e por esse motivo elogia a decisão do Banco do Brasil de se tornar agente financiador do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” a partir do ano que vem.

- É nessa faixa de renda do programa, especialmente no segmento de até três salários mínimos, que o déficit é mais agudo, daí ser fundamental que haja mais financiamentos e maior produção, destaca Viana Neto.

Imóveis usados mais vendidos custam mais de R$ 200 mil em SP

Os imóveis usados mais vendidos em São Paulo em abril foram os de valor médio acima de R$ 200 mil, com 71,37% do total de 248 casas e apartamentos negociados pelas 475 imobiliárias consultadas pelo Creci-SP. O índice de vendas recuou 0,10%, de 0,5226 em março para 0,5221 em abril.

Segundo a pesquisa Creci-SP, a maioria das vendas - 52,03% - foi feita com financiamento da Caixa Econômica Federal e de outros bancos. As vendas à vista representaram 47,56% do total, e as vendas com pagamento parcelado pelos proprietários, 0,41%.

Os apartamentos lideraram as vendas, com 71,37% do total, e as casas ficaram com os restantes 28,63%.

A maioria dos imóveis pesquisados em abril - 14 em 28 - apresentou preços menores do que os registrados em março. A pesquisa Creci-SP localizou na mesma Zona C o imóvel usado que mais baixou de preço de março para abril. As casas de padrão médio com 8 a 15 anos de construção ficaram 33,99% mais baratas. O metro quadrado caiu de R$ 2.366,66 em março para R$ 1.562,13 em abril.

O preço de metro quadrado que mais subiu foi o de casas de padrão standard construídas há mais de 15 anos e localizadas em bairros da Zona C, como Aeroporto, Água Branca e Bosque da Saúde. O metro quadrado estava em R$ 1.538,46 em março e passou para R$ 2.358,26 em abril, uma alta de 53,29%.

O número de imóveis alugados na Capital em abril foi 1,98% menor que em março, apurou a pesquisa Creci-SP feita com 475 imobiliárias. O índice de locação estava em 282 em março e baixou para 1,9684 em abril. Foram alugados 935 imóveis, sendo 50,16% apartamentos e 49,84%, casas.

Os imóveis mais alugados em abril foram os de aluguel até R$ 1.000, que somaram 56,65% do total de novas locações. O aluguel que mais aumentou foi o de apartamentos de dois dormitórios de bairros da Zona D, como Água Rasa, Americanópolis, Aricanduva, entre outros. O aluguel estava em R$ 965,27 em março e passou para R$ 1.638,75 em abril - alta de 69,77%.

Monitor Mercantil com informações da Agência Brasil

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