O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Sergipe (Creci-SE), Sérgio Sobral, demonstrou preocupação com os constantes resultados negativos da economia brasileira. Na opinião dele, caso não haja uma mudança no atual quadro, o mercado imobiliário irá retroceder à década de 80, quando enfrentou seu pior período no país.
A atual política econômica do governo federal poderá fazer com que o Brasil retroceda 35 anos. Essa crise não afeta somente o mercado imobiliário, que está retraído, é vítima de inadimplência e não tem fôlego para novos lançamentos, mas todos os setores que movimentam o país, gerando empregos, renda e impostos. É uma situação extremamente preocupante. E o pior: não vemos nenhuma luz no fim do túnel, adverte Sobral.
Segundo ele, a preocupação aumenta porque analistas apontam que o pior momento da crise ainda será em dezembro de 2015. Até lá, prevêem os economistas, as empresas ainda vão continuar apertando o cinto e outras vão falir no meio do caminho. Isso significa desemprego e caos social, alerta.
O presidente do Creci-SE lamenta que as medidas adotados pelo governo não têm sido suficientes para conter o declínio da economia. A presidente Dilma Rousseff está fazendo seu papel pela metade, enquanto diminui benefícios dos trabalhadores e aumenta impostos, sem um planejamento para redução de custos. A conta para sustentar a máquina pública é muito alta. São 39 ministérios, mais de 20 mil cargos em comissão, e nenhuma medida para cortas despesas. Enquanto isso, o mesmo governo anuncia corte de recursos para investimentos, o que compromete o crescimento de longo prazo, relata.
PRESSÃO
Na opinião de Sérgio Sobral, as entidades de classe ligadas ao setor imobiliário precisam se unir o quanto antes. Para isso, ele pretende convocar uma reunião com dirigentes da Asseop, Ademi, Sinduscon e outras entidades que queiram se somar ao setor imobiliário para, a partir de Sergipe, criar um grande Fórum que apresente alternativas viáveis para o crescimento econômico do Brasil. Precisamos nos unir, pressionar a classe política e apontar soluções para enfrentarmos esse momento. Só não podemos ficar parados esperando que uma solução apareça do nada. Se dependermos da boa vontade dos que estão no comando do país não sei do que será dos brasileiros nos próximos meses, adverte.
Sérgio Sobral lembra que há pouco mais de dois meses esteve com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, junto com o presidente do Cofeci, João Teodoro, e outros representantes do setor imobiliário, para reivindicar a baixa nos juros do financiamento da casa própria e o fim das medidas de contenção ao crédito imobiliário, que gerariam efeitos extremamente negativos no mercado. Infelizmente já se passou todo esse tempo e até agora não tivemos nenhum retorno. A Caixa Econômica, que é a instituição que mais financia imóveis no país, continua com as mesmas regras de retenção, inibindo consumidores a adquirir sua casa própria, lamenta.
O presidente do Creci espera contar com a união das entidades para que Sergipe possa servir de exemplo nessa luta contra a estagnação da economia. Vamos convocar todos. A crise não atinge apenas setores ou classes, mas já afeta brasileiros da classe A à classe E. Empresários e trabalhadores. Todos já estão sentindo os seus efeitos. Precisamos agir o mais rápido possível, defende Sobral.
ASCOM/CRECI-SE
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