Curso superior, técnico, pós-graduação e até mestrado vem ganhando destaque no setor imobiliário. Estimativas do Sistema Cofeci-Creci apontam que devem haver em funcionamento cerca de 40 salas de aula ministrando cursos na área imobiliária em todo Brasil. Há, entretanto, aproximadamente cinco instituições de ensino oferecendo o mesmo curso na modalidade presencial. Mais de 6 mil profissionais inscritos em CRECIs de todo país já são formados em Gestão de Negócios Imobiliários e cerca de 5.500 estão em fase de formação. O que ainda falta ser aprimorado? Qual será o futuro da qualificação na área imobiliária? Estas e outras questões foram debatidas na entrevista que a equipe Redimob realizou com o presidente do Sistema Cofeci-Creci, João Teodoro.
- Atualmente como pode-se avaliar a evolução do ensino superior e técnico da área imobiliária no Brasil?
Entendo que o ensino técnico, em nível de pós-médio, confere os ensinamentos básicos para se operar na profissão em âmbito local. Entretanto, se alguém quer mesmo ser um corretor de imóveis de padrão nacional e internacional ele tem mesmo de cursar um curso de graduação e, óbvio, ter fluência em inglês. Algumas universidades e centros universitários no Brasil estão oferecendo cursos de Tecnólogo em Gestão de Negócios Imobiliários muito bons, mas ainda em número insuficiente para atender à demanda nacional.
- O que ainda falta ser aprimorado?
Primeiramente, a oferta de cursos, que precisa aumentar. Segundo, a abrangência das disciplinas. Por exemplo: falta nos currículos escolares um bom curso de avaliação; negociação com estrangeiros, documentação imobiliária, tributação imobiliária no Brasil e no exterior. Enfim, embora os cursos já tenham uma boa carga horária e ótimas disciplinas, é preciso melhorar.
- Que ações podem ser feitas para promover maior conscientização dos profissionais a buscarem um curso superior na área?
O próprio mercado já está exigindo formação mais aperfeiçoada do que um simples curso técnico, mas os Conselhos Regionais e os demais organismos do mercado podem e devem incentivar por todos os meios de comunicação disponíveis.
- A falta de profissionais qualificados ainda é um entrave no setor. As empresas também devem auxiliar a promover a capacitação ou essa é uma responsabilidade exclusiva do corretor?
Algumas empresas de grande porte já têm programas muito eficientes de qualificação profissional, mas ainda é pouco. Outro problema é que, com o mercado em alta, não há como formar profissionais pra atender a toda a demanda. O tempo de formação é um empecilho intransponível. Não há como formar profissional a "toque de caixa". O resultado disso é que se está empregando muita gente sem qualificação, na condição estagiário. A solução, neste momento, é mesmo as próprias empresas empregadoras passarem a treinar seu pessoal.
- O que esperar do ensino superior e técnico na área de transação imobiliária nos próximos anos?
A tendência é que o ensino técnico, pós-médio, desapareça com o tempo deixando em funcionamento apenas os cursos de graduação. Entretanto, isso ainda deve demorar alguns anos, justamente por causa da escassez de profissionais no mercado. Enquanto o curso técnico forma um aluno em seis meses, o curso universitário forma em, no mínimo, dois anos.
O Sistema Cofeci-Creci não prevê a extinção imediata do curso técnico, mas penso que ela seja inevitável (Grifo nosso). Talvez a solução seja criarmos no futuro a figura do aprendiz de corretor de imóveis para substituir a figura do estagiário e do técnico de segundo grau. O mercado precisa também de profissionais menos qualificados para trabalhar na captação de imóveis avulsos e também na venda de loteamentos, plantões, etc.
Fonte: REDIMOB
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