Desaquecimento na construção de edifícios e empreendimentos na capital baiana. Queda na venda e atraso na entrega de imóveis. Diminuição de lançamentos de empreendimentos imobiliários. Insegurança jurídica de Louos e PDDU. Valores de outorgas onerosas. Expectativa para o ano de 2015 no setor. Estes foram os principais temas que membros da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-Ba) levantou, na tarde de ontem, durante visita à Tribuna.
O presidente da Associação, Luciano Muricy Fontes, em conversa com o presidente da TB, Walter Pinheiro, o diretor de Relações Institucionais, Marcelo Sacrameno, o diretor de Redação Paulo Roberto Sampaio e o secretário de Redação Gerson Brasil, afirmou que o setor passa por uma baixa e um desequilíbrio de oferta e procura na capital desde 2012. Ele atribui tudo isto a judicialização de Lous e PDDU e dos altos valores de outorgas onerosas cobrada pela Prefeitura de Salvador.
Tais valores estariam inviabilizando, por exemplo, lançamentos de empreendimentos – devido ao que empresários consideram como ‘’insegurança jurídica’’ - e atrasando a entrega de obras, já que muitas empresas ainda não pagaram suas outorgas enquanto esperam negociação com o poder municipal.
Além da outorga, o valor do IPTU, considerado alto pela Ademi, é incompatível com a infraestrutura oferecida na cidade, e tem inviabilizado a compra de novos terrenos pelas empresas do mercado Imobiliário.
“Isso tudo tem impacto na sociedade, na geração de empregos e em todo o mercado que envolve a produção de materiais ligados ao setor. Com a demora no atraso de obras, o consumidor deixa de comprar imóveis e consequentemente móveis, eletrodomésticos, e etc. Já os lançamentos, quando ocorrem, interferem positivamente, por exemplo, nas unidades remanescentes que estão por aí. Pois quando o consumidor vê um lançamento desperta a vontade de compra e ele vai pesquisar outros imóveis e unidades já existentes e prontos, cujos empresários esgotaram recursos para a publicidade”, afirmou o presidente da Ademi-BA.
O diretor administrativo da Associação, Cláudio D‘Ávila, disse que no primeiro semestre deste ano apenas 800 unidades foram lançadas. “É um número pequeno. Temos uma venda mais alta do que lançamentos e isto não é o que se espera. Falta mão de obra qualificada, obras atrasaram, imóveis deixaram de ser comprados e o consumidor fica mais desconfiado para investir. Isso afeta inclusive a prefeitura que deixa de arrecadar”, disse. Segundo Ávila, os estoques de imóveis (unidades prontas, mas não vendidas) são muito altos, em relação à demanda de compra.
Apesar da queda nos índices desde 2012, há uma expectativa positiva para o próximo ano, com a discussão dos valores de outorga com a prefeitura. O presidente da Ademi-Ba acredita que em 2015 haverá maior número de unidades lançadas. No primeiro semeste de 2014 foram apenas 800. Em 2013 foram 3,3 mil.
Queda de vagas
Divulgado em junho deste ano pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelou dados desanimadores na Bahia, conforme a Ademi-Ba.
O levantamento aponta que maio foi o terceiro mês consecutivo com queda de vagas de emprego. Foram perdidos 1.230 postos de trabalho com carteira assinada. O estoque maior de trabalhadores formais da construção foi registrado em setembro de 2013, com 211.055 postos de trabalho com carteira assinada.
Em maio, o estoque tem uma perda de mais de oito mil vagas. Na Região Metropolitana de Salvador o maior estoque de vagas foi em setembro de 2013, com 139.450 trabalhadores.
Fonte: Tribuna da Bahia
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